À expansão dos mercados de
consumo, globalização econômica, alterações dos hábitos alimentares e aumento
no consumo de alimentos industrializados ou produzidos fora do lar foi capaz de
gerar mudanças no perfil epidemiológico de doenças transmitidas por alimentos. A
Salmonella spp. é uma bactéria entérica responsável por graves intoxicações
alimentares e sua presença em alimentos é um relevante problema de saúde
pública mundial.
Os sintomas clínicos da
salmonelose podem ser: a febre tifoide causada por R. typhi que só acomete o
homem e não animais é transmitida através da água e alimentos contaminados com
fezes humanas, podendo evoluir para óbito devido a septicemia, febre contínua,
cefaleia e diarreia. A febre entérica causada pela Salmonella paratyphi A, B e
C pode evoluir para septicemia e desenvolver um quadro de gastroenterite, febre
e vômitos, pode ser causada pelo consumo de água e alimentos, especialmente
leite e vegetais crus, mariscos e ovos. As infecções entéricas em decorrência
de outras salmonelas desenvolvem um quadro de infecção gastrointestinal, tendo
como sintomas dores abdominais, diarreia, febre baixa e vômito, sendo baixa a
incidência de óbitos e geralmente sofre resolução em dois ou três dias.
No cenário atual o que se
tem é o aumento da capacidade de produção da população economicamente ativa, em
razão da segurança alimentar proporcionada por uma alimentação sem riscos. Além
da existência de grupos vulneráreis como a população que vive em precárias
condições higiênico-sanitárias e econômicas, veterinários e trabalhadores de
granjas e fazendas que mantém contato com animais infectados, e a produção
desordenada de alimentos em larga escala somada ao deficiente controle dos
órgãos públicos e privados quanto à qualidade dos alimentos.
Uma ampla variedade de
alimentos podem ser contaminados com a Salmonella spp., pois aqueles que
possuem alto teor de umidade, de proteína e de carboidratos, como carne bovina,
suínos, aves, ovos, leite e derivados, frutos do mar e sobremesas recheadas,
são mais susceptíveis à deterioração. Outros grupos de alimentos como frutas e
vegetais minimamente processados também podem ser veiculadores de salmoneloses,
e essa contaminação ocorre devido ao controle inadequado da temperatura, da
adoção de práticas de manipulação incorretas ou por contaminação de alimentos
crus em contato com alimentos processados.
Embora exista vacina para o
controle da febre tifoide, que deve ser utilizada principalmente por
profissionais de risco devem ser adotadas ações de educação em saúde,
destacando os hábitos de higiene pessoal, principalmente a lavagem correta das
mãos entre as pessoas que manipulam alimentos, observando cuidados na
preparação, manipulação, armazenamento e distribuição de alimentos. As
principais estratégias de prevenção devem ser: seleção da matéria-prima,
utensílios e equipamento cuidadosamente higienizados; fornecimento de água
potável e adequado sistema de tratamento de lixo e esgoto; adoção de boas
práticas de fabricação e implantação do sistema APPCC (Análise de Perigos e
Pontos Críticos de Controle).
É de extrema importância que
os órgãos competentes atualizem os registros epidemiológicos para que se possa
ter dados corretos sobre patógenos e grupos de alimentos possivelmente
envolvidos em surtos de intoxicação alimentar e não subestimar casos de
salmoneloses, além disso um eficiente monitoramento das doenças transmitidas
por alimentos é capaz de fornecer informações para o desenvolvimento de medidas
políticas, legislativas e avaliação de programas de controles de surtos
epidêmicos.
Postado por : Lucas Vitor Vasconcelos
Parabéns!
ResponderExcluirPostagem copiada.
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1413-81232008000500031&script=sci_arttext